Viseu Esquerda

Centenário da República no Mercado 2 de Maio: Ópera, Tragédia e... Promessas de Redenção!

sábado, julho 03, 2010

Foi com algumas expectativas que fui assistir no passado dia 17 de Junho à estreia da CINCO - Ópera do Centenário da República. Confesso o meu enorme desapontamento. Tudo indicava que fosse um grande espectáculo. Afinal, o projecto tinha como autor Carlos Clara Gomes, responsável pelo libreto, música e encenação e produção da Companhia DeMente, que tem como princípio a participação de elencos voluntários locais mesclados com profissionais e o “esbater de fronteiras entre palcos e plateias, conferindo ao Público o estatuto de Ser Activo, Crítico e Participante.”

Uma desilusão. A Ópera, a apresentar em 2 partes e em 2 dias seguidos no Mercado 2 de Maio, começou logo da pior maneira: adiada por motivos técnicos, creio que relacionados com a produção do DVD a projectar. Assim, optou-se por um espectáculo de enfiada no dia seguinte, com mais de 3 horas de duração.

O espaço não era o melhor. O Mercado 2 de Maio não apresenta condições mínimas e era confrangedor ver os artistas a mudarem os figurinos em tendas. O som imperceptível apesar de a espaços se notar alguma qualidade no texto. Os microfones pareciam desligados ou mal colocados. A tela, onde se viam passar as imagens que ilustrariam os acontecimentos, a esvoaçar constantemente por não estar presa. No palco entravam actores quando não deviam. O seu contrário também: Playbacks sem ninguém a interpretar. As luzes muitas vezes falhavam o alvo. Confrangedor. Em vez de uma Ópera, saí com a ideia de ter assistido a uma tragédia.

Em conversas posteriores com alguns intervenientes deu para perceber o porquê de tantas falhas grosseiras. Afinal, o primeiro ensaio geral foi no próprio dia do espectáculo, durante o próprio espectáculo. Em sintonia com o costume também secular e tipicamente português de deixar tudo para o último minuto.

Mas foram os próprios a reconhecer a pobreza do espectáculo apresentado. E ficou a promessa de redenção. De Guimarães chegam notícias de que correu bastante melhor. Ou não. O que retenho sobretudo é a promessa de redenção com o agendamento para Viseu de um novo espectáculo. O Público merece. E os intervenientes também. E isso é de enaltecer. O reconhecimento do erro, e a tentativa de correcção. Afinal aprende-se a caminhar, andando, com muitos trambolhões à mistura. Eu estarei lá para mais uma oportunidade.

A República definha, bem sabemos, mas não merece tão fraca figura. Ópera, Tragédia e Redenção.

Tal e qual a história da própria, com a sua agenda modernizadora e secular até ao 28 de Maio, dia obscuro que apagou a chama do país durante uma longa noite de 48 anos, décadas após as quais o sol do havia de nascer, mesmo que por um dia, para todos nós. A 25 de Abril.

Tal e qual o próprio Mercado 2 de Maio que serviu como pobre palco. Das expectativas goradas do projecto de Siza Vieira à realidade da total inoperância e falta de dinâmica do mesmo, aos clamores por uma necessária remodelação, nem que seja pelo regresso ao passado, e que até já partem da própria Câmara Municipal de Viseu.

Humildade de quem sabe que pode e deve fazer melhor, são as lições que se retiram. E toda a solidariedade para quem se propõe a corrigir o caminho quando este se afigura mau ou errado.
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A Agricultura que a Especulação Imobiliária permite: Hortas de Varanda!

quarta-feira, junho 30, 2010

Em Lisboa, depois do divórcio da cidade com as pequenas hortas que a rodeavam e a abasteciam de produtos frescos, começa lentamente a ressurgir um movimento em sentido contrário através do cultivo de terrenos baldios ou abandonados, experiências que pode ver aqui. Em Coimbra é o próprio município que o incentiva.

Em Viseu, esse problema nunca se pôs e a generalidade das pessoas tem acesso diário a legumes e fruta frescos a um preço razoável. Todos conhecemos um familiar, vizinho, amigo... a quem pedir/comprar batatas, cebolas, tomates, alfaces... E ainda bem.

Contudo, numa época em que a especulação imobiliária tende a "engaiolar" cada vez mais a sociedade, verticalizando-a na procura do c€u, a ligação entre o Homem e a terra vai-se perdendo e hoje muitas crianças (e graúdos) desconhecem por completo o ciclo da natureza que proporciona as refeições que diariamente poisam no prato.


Daí, uma boa alternativa a quem como eu vive num prédio mas possui algum espaço nas varandas, seja o cultivo em vasos dos mais variados produtos. Desenganem-se aqueles que já estejam a pensar na auto-suficiência. O rendimento não se assemelha obviamente ao de um quintal, e a água ou é pluvial ou canalizada, mas o processo mantém-se mais ou menos intacto entre o semear e o colher. E as devidas diferenças podem ser esmiuçadas aqui. As vantagens são óbvias e cada um retira as suas. Seja pela vertente pedagógica, seja pelo consumo de hortaliça e aromáticas frescas, seja pela tranquilidade inerente ao cultivo... Ao critério de cada um.

Espécies de pequeno/médio porte para plantar são inúmeras: alfaces, tomates, pepinos, pimentos, morangos, cebolas, hortelã, salsa, manjericão, manjerona, rabanete, rúcula, tomilho...

Só custa começar. Haja terra farta em nutrientes, vasos, sementes ou torrões, vontade e voilà.


O exemplo pessoal, está testemunhado nas fotos
espalhadas avulso pelo post. E fica a garantia de que pelo menos em alfaces, tomates, cebolas, salsa, pimentos e pepinos a colheita proporcionará as saladas mais frescas que um apartamento pode almejar. Um conselho: Se tiverem gatos, convém semear noutro vaso algumas das suas ervas predilectas, senão já sabem o destino das alfaces...















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