Viseu Esquerda

Centenário da República no Mercado 2 de Maio: Ópera, Tragédia e... Promessas de Redenção!

sábado, julho 03, 2010

Foi com algumas expectativas que fui assistir no passado dia 17 de Junho à estreia da CINCO - Ópera do Centenário da República. Confesso o meu enorme desapontamento. Tudo indicava que fosse um grande espectáculo. Afinal, o projecto tinha como autor Carlos Clara Gomes, responsável pelo libreto, música e encenação e produção da Companhia DeMente, que tem como princípio a participação de elencos voluntários locais mesclados com profissionais e o “esbater de fronteiras entre palcos e plateias, conferindo ao Público o estatuto de Ser Activo, Crítico e Participante.”

Uma desilusão. A Ópera, a apresentar em 2 partes e em 2 dias seguidos no Mercado 2 de Maio, começou logo da pior maneira: adiada por motivos técnicos, creio que relacionados com a produção do DVD a projectar. Assim, optou-se por um espectáculo de enfiada no dia seguinte, com mais de 3 horas de duração.

O espaço não era o melhor. O Mercado 2 de Maio não apresenta condições mínimas e era confrangedor ver os artistas a mudarem os figurinos em tendas. O som imperceptível apesar de a espaços se notar alguma qualidade no texto. Os microfones pareciam desligados ou mal colocados. A tela, onde se viam passar as imagens que ilustrariam os acontecimentos, a esvoaçar constantemente por não estar presa. No palco entravam actores quando não deviam. O seu contrário também: Playbacks sem ninguém a interpretar. As luzes muitas vezes falhavam o alvo. Confrangedor. Em vez de uma Ópera, saí com a ideia de ter assistido a uma tragédia.

Em conversas posteriores com alguns intervenientes deu para perceber o porquê de tantas falhas grosseiras. Afinal, o primeiro ensaio geral foi no próprio dia do espectáculo, durante o próprio espectáculo. Em sintonia com o costume também secular e tipicamente português de deixar tudo para o último minuto.

Mas foram os próprios a reconhecer a pobreza do espectáculo apresentado. E ficou a promessa de redenção. De Guimarães chegam notícias de que correu bastante melhor. Ou não. O que retenho sobretudo é a promessa de redenção com o agendamento para Viseu de um novo espectáculo. O Público merece. E os intervenientes também. E isso é de enaltecer. O reconhecimento do erro, e a tentativa de correcção. Afinal aprende-se a caminhar, andando, com muitos trambolhões à mistura. Eu estarei lá para mais uma oportunidade.

A República definha, bem sabemos, mas não merece tão fraca figura. Ópera, Tragédia e Redenção.

Tal e qual a história da própria, com a sua agenda modernizadora e secular até ao 28 de Maio, dia obscuro que apagou a chama do país durante uma longa noite de 48 anos, décadas após as quais o sol do havia de nascer, mesmo que por um dia, para todos nós. A 25 de Abril.

Tal e qual o próprio Mercado 2 de Maio que serviu como pobre palco. Das expectativas goradas do projecto de Siza Vieira à realidade da total inoperância e falta de dinâmica do mesmo, aos clamores por uma necessária remodelação, nem que seja pelo regresso ao passado, e que até já partem da própria Câmara Municipal de Viseu.

Humildade de quem sabe que pode e deve fazer melhor, são as lições que se retiram. E toda a solidariedade para quem se propõe a corrigir o caminho quando este se afigura mau ou errado.
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A Agricultura que a Especulação Imobiliária permite: Hortas de Varanda!

quarta-feira, junho 30, 2010

Em Lisboa, depois do divórcio da cidade com as pequenas hortas que a rodeavam e a abasteciam de produtos frescos, começa lentamente a ressurgir um movimento em sentido contrário através do cultivo de terrenos baldios ou abandonados, experiências que pode ver aqui. Em Coimbra é o próprio município que o incentiva.

Em Viseu, esse problema nunca se pôs e a generalidade das pessoas tem acesso diário a legumes e fruta frescos a um preço razoável. Todos conhecemos um familiar, vizinho, amigo... a quem pedir/comprar batatas, cebolas, tomates, alfaces... E ainda bem.

Contudo, numa época em que a especulação imobiliária tende a "engaiolar" cada vez mais a sociedade, verticalizando-a na procura do c€u, a ligação entre o Homem e a terra vai-se perdendo e hoje muitas crianças (e graúdos) desconhecem por completo o ciclo da natureza que proporciona as refeições que diariamente poisam no prato.


Daí, uma boa alternativa a quem como eu vive num prédio mas possui algum espaço nas varandas, seja o cultivo em vasos dos mais variados produtos. Desenganem-se aqueles que já estejam a pensar na auto-suficiência. O rendimento não se assemelha obviamente ao de um quintal, e a água ou é pluvial ou canalizada, mas o processo mantém-se mais ou menos intacto entre o semear e o colher. E as devidas diferenças podem ser esmiuçadas aqui. As vantagens são óbvias e cada um retira as suas. Seja pela vertente pedagógica, seja pelo consumo de hortaliça e aromáticas frescas, seja pela tranquilidade inerente ao cultivo... Ao critério de cada um.

Espécies de pequeno/médio porte para plantar são inúmeras: alfaces, tomates, pepinos, pimentos, morangos, cebolas, hortelã, salsa, manjericão, manjerona, rabanete, rúcula, tomilho...

Só custa começar. Haja terra farta em nutrientes, vasos, sementes ou torrões, vontade e voilà.


O exemplo pessoal, está testemunhado nas fotos
espalhadas avulso pelo post. E fica a garantia de que pelo menos em alfaces, tomates, cebolas, salsa, pimentos e pepinos a colheita proporcionará as saladas mais frescas que um apartamento pode almejar. Um conselho: Se tiverem gatos, convém semear noutro vaso algumas das suas ervas predilectas, senão já sabem o destino das alfaces...















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Dr. Fernando Ruas, e o Princípio do “Utilizador-Pagador” no Funicular, não??????

sexta-feira, junho 25, 2010

O Presidente da CMV tem por hábito defender para os outros aquilo que não quer para ele nem para os seus. Neste caso surpreende-se e acha mal “ que um alemão venha pelo seu país, chegue à França pague portagens, chegue a Espanha pague portagens e depois vem a Portugal e entra aqui e nada". Isto como se a única entrada do país fosse a A25... Adiante.

Mas a maior surpresa virá certamente dos alemães. Afinal, ainda há poucos anos financiaram quase na totalidade o antigo IP5 e ao chegar aqui reparam que desapareceu. A questão fulcral é esta. Se queriam uma AE paga, que deixassem o velhinho itinerário como estava e depois as pessoas optariam pelo que lhe conviesse.

Agora vir para a Praça Pública insurgir-se contra as borlas aos estrangeiros e turistas que assim têm a possibilidade de cá deixar mais uns trocos na economia local, quando ao mesmo tempo Fernando Ruas é o campeão das borlas locais e Funiculadas, que só servem o ego de quem as pensou (e não estou certo de que o verbo “pensar” se tenha aplicado aqui), roça o ridículo.

Então o Sr. Presidente que explique como colocará em prática tal princípio no Funicular. Pedirá o passaporte? O Cartão de Cidadão? O Cartão do Partido? Ou aqui o princípio do “utilizador-pagador” já não serve? Saberá o Sr. Presidente que as regras derivam de princípios e não dos dislates autocráticos de quem tem o umbigo como centro da actividade política? E Saberá quem financiou o projecto megalómano? Pois. O que o Sr. Presidente sabe, e sabe bem, é que a dicotomia do nós por oposição aos outros resulta sempre na parvónia, sobretudo quando o outro é estrangeiro.



E pior, só mesmo as reacções do PS Viseu e da nova direcção, da qual após a volta do beija-mão, não sobra mais nada que o seguidismo e acolitagem. A ouvir.
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Arnaut exige portagens na A25 e A24! Votaram nele? Agora F****-SE!

quarta-feira, junho 23, 2010


Ontem ouvi estupefacto um deputado do PSD eleito por Viseu (Arnaut de seu nome, alguém já o viu por aí???) defender a introdução de portagens em TODAS as SCUT. TODAS! No debate da SIC Notícias que o opõe a Luís Fazenda, o único argumento do homem era o de que ou pagavam todos ou não pagava ninguém, tentando colocar sempre o ênfase no artificialismo bacoco da guerra norte-sul que tentou vender, acolitando Rio. Perdeu. A imbecilidade demagoga do seu discurso crescia a cada minuto, mas o homem teve o pudor de nunca ter referido o distrito pelo qual foi eleito, poupando pelo menos o embaraço e a vergonha às 80.000 pessoas que votaram nele!

Ao argumento do bloquista que afirmava o facto da generalidade das auto-estradas em Lisboa serem pagas, tal como as pontes sobre o Tejo, respondeu mudando a bitola para o raciocínio de que não deveriam ser só Lisboa e Porto a pagar. Queria ir para a guerra dar, mas levou.

Quando alertado para a falta de alternativas a muitas das SCUT apontou a necessidade de estudos, “os deputados não são técnicos”. No seu caso, nem sei se deputado até não será um título demasiado.

Ao ser confrontado com o exemplo do estudo sobre a óbvia inviabilidade da N125 (Algarve) enquanto alternativa à Via do Infante arrepiou caminho e afirmou “pronto, então essa não deveria ser portajada”. Pronto, já chega que eu também não encontrei o link para o jornal das 9 de ontem e não quero fazer das minhas, palavras do Sr.

E a alternativa à A25 Sr. Deputado? E à A24 Sr. Deputado? O Sr. só precisa de um estudo porque só poisa por cá de 4 em 4 anos para que os carneiros do costume lhe façam o favor de colocar o papelinho com um X na setinha seguido de depósito na respectiva urna. Um X que até deveria ser rabiscado logo na constituição das listas e sob a foto do Sr. deputado que a este distrito não acrescenta nada, e o melhor que se propõe acrescentar são euros no cofre do estado à custa da interioridade das gentes que o elegeram e das falsas promessas dos eleitos!

Como eu o compreendo. Afinal não custa nada pagar 20 ou 30 euros para vir à terrinha de 4 em 4 anos (Ok, se houver eleições antecipadas são menos); não custa nada quando se tem imunidades e borlas à pala de ser deputado de um distrito que vossa excelência não respeita; não custa tanto quando se tem um ordenado líquido que pode chegar a ser 10 vezes maior que o salário mínimo nacional; e não custa muito quando se é conhecido pela defesa dos transportes alternativos, como o pára-quedas que vossemecê veste sempre que há legislativas para até cá se deslocar.

Mas nem tudo são más notícias. O Sr. Deputado vai candidatar-se à presidência da Mesa da Assembleia Geral da Federação Portuguesa. Espero que ganhe e abdique do seu lugar no parlamento a favor de alguém que se interesse pelos seus eleitores e dignifique o lugar que ocupa na República. Até porque aí, a guerra norte-sul que quis vender ontem, terá decerto muitos e bons compradores.

Isto só me faz lembrar um antigo cartaz anarquista que rezava assim:

Votaram nele?
Agora Fodam-se!



Quando numa democracia uma esferográfica, uma t-shirt ou um boné valem vezes de mais um voto, pouco ou nada sobra para dizer que não isto.
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A Língua Portuguesa ficou mais pobre: morreu José Saramago

sexta-feira, junho 18, 2010


Há dias em que a morte sai à rua assim, sem pré-aviso, sem se anunciar. Amado ou odiado, idolatrado ou amesquinhado, Saramago continuou fiel a si mesmo, tomando partido, agitando consensos podres, usando muitas vezes a pena enquanto espada no seu estilo único e peculiar.
Uma coisa ninguém lhe pode tirar (apesar de muitos tudo terem feito para que não o conseguisse): foi o único português a vencer o Nobel da Literatura.
A Língua portuguesa fica assim mais pobre. À família, amigos, colegas e camaradas fica a certeza de que mesmo sendo ateu, imortalizou-se através da sua obra e será perpetuado na memória de um país que lhe foi demasiadas vezes ingrato.
José Saramago, 1922-2010.
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Vem de Fernando Ruas, a primeira “pedrada” na tese neo-liberal de Passos Coelho!

terça-feira, junho 15, 2010
O presidente da autarquia viseense é desde a primeira hora, um dos adeptos mais fervorosos de Passos Coelho e do seu programa neo-liberal para a tão propalada reforma laboral, que se resume nisto: alargamento do contrato a prazo “sine die” ou até à reforma e precarização total do trabalho.

Para Pedro Passos Coelho (PPC), nenhuma responsabilidade para as empresas, toda a responsabilidade para as pessoas, descartáveis consoante os deleites e humores do patrão, do gestor ou dos accionistas. Para PPC, uma pessoa chegada aos trinta anos, ou quarenta, ou cinquenta, e após 30, 40 ou 50 contratos, será recebida de braços abertos pela economia de mercado e pelas mesmas empresas para as quais já não servem, ou porque são “velhas”, ou porque têm filhos e disponibilidade mais restrita, ou porque o governo oferece incentivos ao “1º Emprego”, ou porque são mais propensas à doença... A lógica da batata liberal por detrás do fato fino, da voz de barítono, da cara bonita. Mais do mesmo, mudar para que fique tudo na mesma, ou pior.

Perpetuar contratos a prazo, eis o caminho escolhido por PPC para o combate à crise. E depois certamente, acabar com a Segurança Social, para que os tais trintões, quarentões e cinquentões, excluídos assim de uma sociedade que cultiva cada vez mais o mito da eterna juventude, reflectido na economia, pudessem assim ter tempo disponível para prestar “serviços comunitários” pro bono no Estado e nas Empresas.

Ao menos este não esconde a agenda e defende a escravatura do. Séc. XXI com unhas, dentes, livros, palestras, seminários, entrevistas, discursos, conferências de imprensa...

Que se risque a solidariedade da constituição que tanto os incomoda, e se substituam todos os direitos (para a direita, privilégios) pela pura e simples lógica da Responsabilização Individual. Muito bem.

Entretanto, um dos seus mais fiéis generais já veio lançar uma pedrada na tese neo-liberal do comandante. Fernando Ruas decidiu que este ano em Viseu, o Mundial não seria transmitido em ecrã gigante. Motivo: o homem não quer fomentar o absentismo laboral. Os jogos são ao almoço e à tarde, e sabendo a direita da endémica preguiça nacional, isso seria um atentado à economia local. E eis que surge uma nova espécie política: o liberal de economia planificada!

Ou seja, para estes liberais, a responsabilidade individual só serve quando é a bem das empresas: Para estes neo-liberais, não existe trabalho por turnos, assume-se que todos entram às 9h e saem às 16h30 e com os devidos coffee-breaks; não existem desempregados desocupados nem reformados capazes de se deslocar; não existem estudantes cujas aulas e exames acabaram; não existem trabalhadores por conta própria nem com isenção de horário nem a recibos verdes; não existem pessoas de férias que com a crise e o apelo de Cavaco decidiram ficar por cá; não existe nada para além do seu pequeno mundo e das agências de rating que aumentariam decerto o juro devido a sinais contrários à sacrossanta produtividade, e logo vindos da melhor cidade portuguesa para viver...

Já o facto de o tradicional palco destes eventos, o Parque da Cidade, se encontrar neste triste estado não é referido enquanto motivo da ausência do dito ecrã. Pois, nós percebemos porquê!
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Mundial é Copa Aleixo! Homem do Bussaco para a África do Sul, Já!

terça-feira, junho 15, 2010

Se já estamos todos fartos das vuvuzelas e das reportagens deprimentes dos enviados especiais do costume, no qual se destaca o inenarrável e lamechas Nuno Luz, e ainda nem começou o mundial, nada como descomprimir com o grande painel do programa que vai revolucionando o modo de ver a bola, que nem sempre é redonda. Bruno Aleixo, Busto, Renato, Nélson e Homem do Bussaco metem num bolso qualquer comentador encartado desta mediacracia.

Fica o episódio relativo à Grécia. Dos melhores:


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Mais umas pedradas na "Intifada" beirã do AJ, regadas com uns aperitivos raianos!

terça-feira, junho 15, 2010
Pedradas direitinhas para o laxismo das autoridades na zona da Ribeira. Quer na inexistência de repuxo (talvez devido ao lodaçal...) do Pavia e porque este se prepara para ficar com o tradicional relvado de Verão; quer e sobretudo pelas falsas promessas de colocação da roda motriz que permitiria segundo Américo Nunes "produzir 10 por cento da energia" necessária para o funcionamento do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) e que tanto orgulho ambiental causou no nosso presidente à altura, onde se insuflou para dizer que aquele era "um sinal de que nos preocupamos com os problemas do ambiente sem estarmos a atirar para os outros aquilo que é da nossa responsabilidade”. A velha história da fachada...

Ainda recentemente tive a oportunidade de passar por Idanha-a-Velha. Antiga sede de concelho no interior dos interiores, retoma hoje um pouco do seu brilho. E só vou dar uns poucos exemplos daquilo que se poderia fazer, a nível da valorização do património:

Possibilidade de interacção através de interfaces simples, conjugando passado com futuro e traduzindo para todos a linguagem vedada a especialistas:


Antigo e tradicional Lagar de Azeite, reconstituído a braços à poucos anos, cessou definitivamente a labora em 1959. Um exemplar quase única da "indústria" portuguesa da época.



Quando não existe espaço para todo espólio, a solução é em tudo contrária ao armazenamento numa qualquer cave de museu... Uma curiosidade, onde param os artefactos e outros achados históricos da nossa cidade? No Almeida Moreira? Não. Em Calde? Não. Onde?


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Festival de Curtas Online sediado em Viseu

terça-feira, junho 08, 2010

Ora aqui está uma coisa digna de registo. Bem divulgado e bem poderia ser um alicerce alternativo no marasmo muitas vezes folclórico da cultura em Viseu. Tem por nome Vistacurta mas poderá tão ampla quanto o seu sucesso.

Um festival de curtas-metragens aberto mesmo a filmes de baixa-resolução, haja inspiração, organizado pelo Cine Clube Viseu em parceria com o Sapo. E apesar da plataforma virtual, os trabalhos serão exibidos em Julho na Praça D. Duarte.

"...Festival de Curtas de Viseu (que) parte do conjunto de potencialidades virtuais, levando a transferir o conceito da sala convencional de cinema para a Internet, aumentando as possibilidades de visionamento e reflexão crítica das obras, sem fronteiras físicas ou linguísticas."
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E o "Festim" aqui tão perto! (...e tão longe!)

segunda-feira, junho 07, 2010

Como já vem sendo hábito, a d’Orfeu Associação Cultural organiza mais um Festim (Festival Intermunicipal de Músicas do Mundo) brindando-nos outra vez com um cartaz variado que traz até nós um pouco de cada canto do mundo, "do Índico ao Mediterrâneo, do Cáucaso ao Chifre de África, dos Balcãs à América Latina, imaginários sonoros de puro fascínio."

E aqui o "nós" aplica-se apesar de relativo. Não sendo em Viseu, também não serão 30 ou 40 minutos que inviabilizarão um salto a Águeda, Sever do Vouga, Ovar ou Estarreja para assistir a grandes espectáculos que embaraçam muitas cidades médias que por aí e por aqui se tentam afirmar com as funiculadas do costume... E iniciativas como estas, merecem toda a adesão por remarem contra a maré desertificante dos pequenos aglomerados, optando pela diversidade em vez da perpetuação abjecta e acrítica da tradição folclórica do associativismo que não reinventa nem cria, apenas reproduz o que de mais pobre existe na tradição popular. Ou seja, aqui tão perto e ao mesmo tempo tão longe, a anos luz das noções de cultura que pairam em grande parte das instituições locais.

Este ano os convidados são: Terem Quartet, Rare Folk, Renato borghetti, Kilema, Mahala Raï Banda, Minyeshu e Serenata Guayanesa. O festim decorrerá entre 2 de Junho e 17 de Julho, podendo-se encontrar toda a programação aqui.

Já no fim de semana de 16 e 17 de Julho, decorrerá mais uma edição do "Povo que Lavas no Rio", o "imponente espectáculo inter-associativo que Águeda constrói, a cada ano, sobre as águas do seu rio" e que "evidencia o carácter inspirador que o rio provoca na criação artística local, ao fazer revisitar ou mesmo estimular um repertório musical e poético dedicado ao Rio Águeda. Uma estética musical cruzada e actualizada, leve tendência pop para o infindável alfarrábio de canções ribeirinhas de todos os tempos. Neste espectáculo, o poema de Homem de Mello regressa à sua origem primeira: o Rio Águeda."
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Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza

segunda-feira, junho 07, 2010

É a partir deste verso isolado da última obra conhecida de Herberto Hélder, um dos mais enigmáticos escritores portugueses vivos, intitulada "A Faca não Corta o Fogo", que a coreógrafa Vera Mantero parte para a reflexão "sobre o colectivo como resposta à criação, sobre a comunicação entre performers e público, mas também sobre a dança enquanto movimento poético, sugestivo e filosófico."

O mote está dado: «Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza». A ver dia 12 de Junho no Teatro Viriato.
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A 1ª Fase da Privatização dos CTT começou ontem!

quarta-feira, maio 26, 2010

Parece que começou ontem a 1ª fase da “privatização” dos CTT. À míngua de euros, que a crise aperta ao mesmo tempo que o spred da banca se torna incomportável, os “jovens investidores” muniram-se de uma “arma de pequeno porte” anteciparam-se aos especuladores, tomando de assalto os “dividendos” de três postos de correio na zona do Porto num negócio que rendeu cerca de 2500€.

O Vídeo já está disponível aqui, na TVI. Uma ironia. Uma metáfora dos tempos que correm. Até porque a pena ainda vai tendo poder sobre a espada. Acho...

Num país a saque, este parágrafo bem poderia ser um outro relato da história. Num país onde muitas vezes se celebrou o headshot ao assaltante brasileiro e se é ao mesmo tempo condescendente com a fúria especuladora que vai vampirizando dia após dia, ano após ano, tudo o que era de todos, estes episódios e a sua amplificação pelos media sedentos de “sangue” tornam invariavelmente o roubo da galinha mais condenável que a usurpação do galinheiro. Ontem, hoje... espero que nunca para sempre.

Entretanto, Teixeira Santos em visita a Wall Strett, vai tranquilizando os mercados com a promessa de mais privatizações... a mesma Wall Street a quem Obama vai impondo restricões. Enquanto isso, Merkel proíbe os "short sellings". Sarkozy propõe tributar grandes fortunas. Na Grécia, enfim, taxam-se piscinas a 800€ o mergulho. Em Portugal, a direita propõe a moralização do sistema através da "libertação pelo trabalho" de quem aufere em média subsídios mensais de 89 euros. O Governo, propõe o que já sabe. A União Nacional dos comentadores do costume aplaude. Contra o parasitismo do mercado imobiliário que não cria valor e vai absorvendo os salários, nem uma palavra. Sobre a asfixia económico-social que resultará dos planos de austeridade nem um suspiro.

O último, que apague a luz.
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Em Ranhados, começou a caça às bruxas! O Sr.Presidente deu o 1º Tiro... no pé!

terça-feira, maio 25, 2010
O presidente da Junta de Freguesia de Ranhados anda indignado com a situação na Avenida da Regada. Não por causa do esventrado desvio que obriga a quem vem da EN231 a passar pela dita e que tanto tem feito pela economia local, mesmo antes da conclusão do novo troço. Que o digam os mecânicos com os sucessivos alinhamentos de direcção derivados das crateras na estrada e os proprietários de lavagens automáticas cá do burgo tanta é a poeira no ar. Nada de novo. Mas não. O que incomodo o Sr. presidente é a bruxaria e a prostituição junto do cemitério. Caro, olhe que por aqui nem toda a gente anda de Jipe!

Mas o Sr. Presidente só contou metade da história...

As senhoras que oferecem os seus serviços
já pousam ali literalmente há décadas. A estrada, pouco ou nada frequentada até ao início das obras, é hoje calcorreada diariamente por centenas ou mesmo milhares de automóveis. E parece ser esse o incomodo do Sr. Presidente, a aparência, a visibilidade. Nenhuma palavra para a necessidade que obriga as senhoras a alugar o corpo, nenhuma palavra para a falta de iluminação do cemitério. Não, a PSP é que não actua...

Caro Sr. Presidente, a prostituição nem sequer é crime em Portugal. Apenas o seu incentivo ou exploração por parte de outro. Qual é a lei que proíbe mulheres de se sentarem à beira da estrada a ver os carros passar, a apanhar boleia ou a ter relações sexuais com outra pessoa?

O artigo 170 do Código Penal apenas refere que “quem, profissionalmente ou com intenção lucrativa, fomentar, favorecer ou facilitar o exercício por outra pessoa de prostituição ou a prática de actos sexuais de relevo é punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos” sendo omisso quanto à relação entre prostituta e cliente por se tratar de uma relação voluntária.

Melhor faria se pegasse na Polícia do Município e usasse o regulamento da sua cidade que até proíbe cuspir para o chão ou lavar o carro à porta de casa, da maneira que lhe conviesse… em vez de andar a incomodar a PSP com tais menoridades. Até podia colocar um simples sinal de proibido parar e estacionar o que obrigaria as prostitutas a entrar nos carros em andamento e sabendo nós a idade das senhoras... Se há lixo, atentado ao pudor ou o que seja, multe-se. Evitem-se mas é os dias de chuva, pois as botas dos polícias parecem ter pouca sola.


Quanto ao cemitério, apenas é condenável o assédio dos potenciais clientes a quem vai homenagear os seus falecidos. Já velas negras são iguais às brancas, ou agora também há racismo beato? Garrafas de Whisky vazias podem muito bem fazer parte de uma crença que não seja a católica e que veja neste acto uma maneira de agradar aos seus no céu ou inferno. As galinhas pretas são indesejáveis por ser claramente uma violação às mais básicas regras de higiene. Que se chame a ASAE. As “missas negras” apenas o são por não haver luz no cemitério e assim serem dadas às escuras.

Quer uma boa solução? Que se afecte parte dos 200.000€ dispendidos no templo da madre Rita situado na Quinta do Galo e se aplique na construção de um templo que dê para todas as religiões, igrejas, seitas, beatices e crendices várias, de Jesus dos Últimos Dias ao professor Bambo. O terreno é pedi-lo a quem ofereceu aos beatos de Ribafeita aquela parcela nada menosprezável para a zona da cidade em causa. Até porque se o critério for a grandeza dos milagres feitos pelos beatos a homenagear pelo erário público, a senhora de Corvos merecia então uma Catedral!

É assim, enquanto se faz a festa e se inova em Coração de Jesus, por aqui continua a lenga-lenga do costume... Preocupasse-se o Sr. Presidente mais com os seus fregueses em vez de se andar à caça às bruxas e aos fregueses dos outros...
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Porque o Vandalismo não é de Hoje: Viseu, 20 de Maio 1891

terça-feira, maio 25, 2010

Sempre que o vandalismo vem à baila, há quem se socorra dos chavões do costume para condenar tais actos, que o são. Escusado eram os estereótipos. Ou porque a “juventude hoje já não tem respeito nem educação”, ou porque a “polícia não tem poder”, ou porque “as autoridades são complacentes”, acabando invariavelmente com a frase do costume: “Eram precisos dois ou três como o Salazar para pôr tudo na ordem”

Mas o vandalismo tem raízes profundas e tanto assim é que na origem da palavra estão povos bárbaros que ajudaram à queda do Império Romano. Tivesse Viriato levado de vencido o exército romano, também seria provavelmente considerado um vândalo também...

Contudo não quero ir tão longe, e por falar em Viriato e indo para "O Viriato", jornal viseense e republicano do séc. XIX que foi buscar o nome ao herói lusitano e hoje coraria de vergonha muitas publicações por aí circulam, atente-se só nesta notícia de 20 de Maio de 1891 e a que podem aceder aqui num trabalho meritório da Biblioteca Nacional de Portugal:



E com notável ironia no último parágrafo!
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Mais uma Pedrada no Charco da Engenharia local!

sábado, maio 22, 2010
O AJ já vai na pedrada nº7, e por este andar facilmente chegará a números mais redondos ainda. Como já vem sendo hábito por cá, primeiro faz-se, depois remenda-se porque nunca se chegou a pensar bem naquilo que se estava a fazer. Quando se concebe uma rotunda assim, ainda para mais sabendo de antemão que a mesma servirá de passagem a centenas de autocarros diariamente, ou é azelhice, ou laxismo ou pura incompetência de quem pensou o projecto.

Nada que surpreenda. No parque começou-se a construir sem autorização e hoje é o que se sabe, em Santiago o local projectado para receber a feira semanal é hoje uma coisa que ninguém sabe bem definir, a prometida praia fluvial afinal vai ser reavaliada pela difícil viabilização, o funicular anda sempre funiculado...

Aquilo que nasce torto...
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Fernando Ruas: Entrevista Matinal na SIC e Medalha Vespertina em Belém!

quinta-feira, maio 20, 2010
O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses foi hoje a Lisboa. Entrevista na SIC e Medalha em Belém. Afinal hoje é o Dia da Autonomia do Poder Local, e vetada a Regionalização, cabe hoje aos municípios e juntas de freguesia o contacto mais próximo com as realidades quotidianas dos cidadãos. Daí a condecoração à Associação dos Municípios Portugueses com o grau de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique pelas 15h30 no Palácio de Belém.

Na entrevista de 10m alertou bem para as contradições do governo: não se pode pedir investimento público por parte das câmaras e ao mesmo tempo cortar na admissão de novos funcionários ou substituição daqueles que saem ou se aposentam. São contradições próprias do capitalismo, que há necessidade da poupança, acrescenta a necessidade do consumo desenfreado como se um não anulasse o outro nos cada vez mais pobres orçamentos familiares.

Mas também não se pode exigir mais descentralização apenas para levar avante a teoria política que tem o caciquismo como valor supremo... Descentralização sim, mas só aprofundando as democracias internas. E aí a "vaca torce o rabo", porque em Viseu anda-se a negar há anos medidas como o Orçamento Participativo, o que acaba por afastar ainda mais as populações e a sociedade da discussão pública das políticas e economias locais, exactamente aquilo que Fernando Ruas critica ao poder central... Curiosa foi ainda a proposta de criação de uma entidade fiscalizadora das autarquias que não esteja sob a alçada estatal. Parece que ainda existem ressentimentos após a visita da IGAL à Câmara Municipal de Viseu...


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O Site que Fazia Falta! A Cantiga é uma Arma!

quinta-feira, maio 20, 2010



A propósito da Grécia, ainda há pouco reflecti sobre as situações em que existe uma insuficiência do verbo enquanto arma. Hoje baixo a guarda e grito o slogan que dá o mote a um site que há muito fazia falta:

A Cantiga é uma Arma!

Mesmo que por vezes insuficiente, como foi o caso do 25 de Abril, o verbo é decerto inspirador e agregador da força necessária para quem sonha por uma transformação que restitua verdadeiramente o poder ao cidadão. Então quando musicado magistralmente como foi por estes senhores...

ZECA AFONSO, ARY dos SANTOS,FAUSTO,FRANCISCO FANHAIS, JOSÉ MÁRIO BRANCO, PEDRO BARROSO, SÉRGIO GODINHO, VITORINO, ADRIANO CORREIA, FERNANDO TORDO, MANUEL FREIRE, LUÍS CÍLIA, GAITEIROS de LISBOA, BRIGADA VICTOR JARA, CARLOS PAREDES, MÁRIO VIEGAS, GAC – Vozes na Luta...



O sonho comanda a vida! Desistir é Morrer! Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta, perde sempre!

"O direito de autor como direito humano deve ter implícito o equilíbrio entre o direito do autor à sua obra e o direito da sociedade a ter acesso a ela. Este equilíbrio foi quebrado, não a favor dos autores nem da sociedade, mas a favor dos que exercem os direitos em nome dos criadores, ou seja, os grandes monopólios da indústria editorial, informática, biotecnológica e do entretenimento.
A apropriação destes conhecimentos entra frequentemente em contradição com o direito à saúde, à vida, ao conhecimento e à educação. E são sempre estes que saem a perder."

"De pé, ó vitimas da fome! De pé, famélicos da terra! Da ideia a chama já consome, A crosta bruta que a soterra . Cortai o mal bem pelo fundo! De pé, de pé, não mais senhores! Se nada somos neste mundo, Sejamos tudo, ó produtores!
Bem unidos façamos, Nesta luta final. Uma terra sem amo, A Internacional! ..."
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Belmiro de Azevedo, qual Anarquista, defende direito à ACÇÃO DIRECTA!

quarta-feira, maio 19, 2010

O embaraço no PS deve ser grande. Até já capitalistas como Belmiro de Azevedo justificam e compreendem as consequências práticas da política de austeridade do Bloco Central, e o patrão da Sonae di-lo sem apelo nem agravo:


“Quando o povo tem fome, tem o direito de roubar” diz o empresário.


Bem, se é um direito, esfomeados de todo o mundo uni-vos que o Continente está em promoções... Um país onde os maiores magnatas se saem com estas tiradas, é um país a saque.

E se o jornal "I" conseguiu o prodígio de privatizar a letra que lhe dá o nome, fica um apelo aos socialistas para que não se deixem confundir com este governo sem norte, sem sul, sem rumo. Para Sócrates o mundo é que circula ao contrário. Até porque foi o "mundo que mudou em três semanas" disse-nos ontem o Primeiro-Ministro. Exacto, nós tentámos, o mundo é que gira ao contrário...
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“Padre” Marcelo volta à TVI para Homilia Dominical

quarta-feira, maio 19, 2010


Volta, estás perdoado... Este poderia ser o título para o regresso de Marcelo Rebelo de Sousa à TVI após ter sido saneado pelo governo de Santana Lopes. Aliás, esta estação televisiva ameaça ser a “puta” oficial do poder tanta é a permeabilidade às pressões censórias dos sucessivos governos. Ao PSD bastou um lamento de indignação da dupla Santana/Portas contra Marcelo para que lhe fosse mostrada a porta de saída. Já o PS necessitou de outras artimanhas que são do conhecimento geral e que ainda estão sob inquérito parlamentar.


Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) não é um comentador inocente. Nenhum o é, mas este tem uma agenda política que não consegue esconder e uma ambição desmesurada que qual Zandinga ou D. Sebastião, o levará mais cedo ou mais tarde ao Governo ou à Presidência da República do qual nenhuma vichyssoise o arredará...

Nem será difícil sequer. A ditadura telegénica imposta pela televisão, mais do um case-study, é já hoje uma realidade incontestada. Santana e Sócrates são dois dos seus mais ilustres afilhados. A bem do share, para desgraça do país. Num mundo que se admira por uma pessoa como Susan Boyle, que não encaixa propriamente nos padrões actuais de beleza, cantar lindamente, já nada estranha. Porque raio se associa uma boa voz a um corpo ainda melhor? Cantamos com o corpo ou com os KG da balança? Geração MTV a quanto obrigas... E a política, vejam Passos Coelho, está a ir pelo mesmo caminho.

Esgotado o tempo na RTP, posta de lado a hipótese Balsemão, sobrava o canal que Cavaco Silva teve o desplante de oferecer à igreja, um acto de extrema-unção mediática que ameaçou afundar a estação ainda esta não tinha dado os primeiros passos.

Mas a TVI não perdeu a sua ligação ao além. Podem prová-lo se tiverem a infelicidade de tropeçar num programa em que Júlia Pinheiro fala com espíritas e espíritos, podem testemunhá-lo na missa dominical e poderão agora e novamente confirmá-lo na homilia marcelista que se avizinha.

Estou a exagerar? Deixo-vos então aqui um “cheirinho” da crónica/missa de MRS ao jornal Sol neste último Domingo... Entretanto Pacheco Pereira, mais senil que nunca, lá vai dizendo que a comunicação social é controlada pela esquerda...


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Loja do Cidadão no Centro Histórico? Não, apenas o Balcão da Câmara...

terça-feira, maio 18, 2010

O Diário de Viseu traz hoje em título que o “Executivo aprovou (a) transferência da Loja do Cidadão para centro histórico”. Quem tem por hábito ler apenas as gordas dos jornais, ou porque não lhes interessa o conteúdo ou porque os euros para este tipo de papel são cada vez mais escassos, acaba muitas vezes por ser defraudado nas expectativas.

Não estando a Loja do Cidadão debaixo da tutela da Câmara Municipal, desconfia-se logo à partida da notícia, e lendo a notícia desvenda-se logo o mistério: afinal refere-se apenas à transferência do balcão da CMV...

Nunca concordei muito com a transferência da Loja do Cidadão para o centro. Afinal o propósito da mesma é facilitar a vida aos cidadãos e não complicá-la. Não é para revitalizar coisa nenhuma que não seja a medonha burocracia do estado e para concentrar serviços essenciais como o fornecimento de água, luz, gás... No fundo, descomplicar.

Tem-se feito tudo nas últimas décadas para empurrar as pessoas para as periferias e assim satisfazer o apetite voraz dos construtores. Não há qualquer política para travar essa sangria que tem levado os viseenses para os limites da cidade. Permitem-se inúmeros fogos novos sem acautelar, nem forçar a reabilitação dos edifícios moribundos do centro histórico, excepto um ou outro caso avulso. Os incentivos para os jovens e estudantes o povoarem não passam do papel e os prédios devolutos são cada vez mais e a população idosa, exceptuando à noite, uma maioria. O estacionamento para os moradores é uma miragem e a privatização total da rua pelos parquímetros é uma realidade. O presidente esquece-se de um pormenor que não o afecta a ele, mas afecta a generalidade dos viseenses que não têm um lugar cativo no Rossio para estacionar quando quiserem...

Não é com artificialismo que se dá vida aos centros das cidades. É com habitantes! E aí nada tem sido feito.

Que venha o balcão da CMV. Não mudará coisa nenhuma e apenas duplicará os serviços existentes no Rossio... Fernando Ruas espera poupar com esta medida. Na renda, e nos funcionários que são três mas que só deviam ser dois, isto ao mesmo tempo que brada aos media porque considera «inacreditável» o congelamento da entrada de funcionários proveniente do PEC.
ica uma sugestão. Que continue com os três funcionários e alargue o horário de atendimento para que não coincida com o “horário nobre” da câmara e assim crie uma qualquer vantagem que não seja o simples “quero porque posso e posso porque quero.”

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Ridículo: Grupo Lena Privatiza Alfabeto!? Lápis Azul do séc. XXI!

sexta-feira, maio 14, 2010
Cuidado com a utilização da letra “I”. Parece que esta foi privatizada pelo Grupo Lena e Sojormédia e só poderá ser escrita individualmente após autorização dos mesmos! Não bastava a exclusividade sobre o merchandising alusivo à visita de Ratzinger... Não. Esta corja ao serviço do Vaticano quer também privatizar o ALFABETO!

A história é simples: no dia 10 de Maio, o grupo feminista da UMAR decidiu distribuir um panfleto informativo durante a visita do Papa a Portugal em que parodiava sem qualquer ofensa assuntos que estão na agenda do movimento, como por exemplo “Mulheres vão ser Padres” e “Fim das propinas anunciado para 2011” figuravam na capa da publicação intitulada de “I Diário”.

A 11 de Maio receberam dos advogados da “SOJORMÉDIA CAPITAL SA” a seguinte e insidiosa notificação:

«V.Exas conceberam e distribuem um jornal intitulado “i diário”. Jornal que toma várias posições contrarias à igreja católica em geral e de Sua Santidade o Papa Bento XVI.» e acrescentando que «porque a conduta de V.Exas é passível, entre outras, de queixa-crime e afim de evitar mais danos quer ao jornal “i” quer a V.exas, vimos solicitar que cessem de imediato a ilicitude, designadamente procedendo à recolha de todo e qualquer jornal, além da divulgação pública de que o jornal diário “i” é totalmente alheio à vossa publicação.»

A 12 de Maio a UMAR enviou um comunicado aos media a informar que a associação entre a publicação e o jornal era puramente fantasiosa: “não tem qualquer associação com o “Jornal i”, nomeadamente, em termos de título, tamanho, cor, grafismo, qualidade do papel, número de páginas e locais de distribuição”.

A 13 de Maio apareceu a nova polícia política que tem como siglas A.S.A.E. (sem “I”) nas instalações da UMAR e APREENDEU todos os exemplares existentes, invocando uma queixa por contrafacção, imitação e uso ilegal de marca!!!!!!

Foi em Maio, mas poderia ter sido a 24 de Abril de um ano que todos sabemos...

“I” se deixassem de usar os media como mero veículo de propaganda? “I” se parassem com a obscena apropriação do jornalismo por estes construtores civis? “I” se o jornal “I” fosse processado pelo estado que inaugurou o I-GOV? “I” se agora houver um grupo económico que se lembre de patentear o alfabeto em seu nome? “I” se alguém aparecesse a reclamar a propriedade dos algarismos?

“I” se fossem era para um sítio que eu cá sei, ter com um senhor que vossas excelências tanto adulam para que este vos diga: “Tomai e Comei, este é o meu corpo, esta é a minha peça com “I”...

“I”, um jornal light para quem como as crianças, prefere ver as imagens a ler conteúdos! Como as crianças não, come o PAPA!

Entretanto, "a associação está já a alterar o título do documento para “ideário” (trocadilho subentendido no anterior título), a fim de disseminar, massivamente, o documento e as suas mensagens."
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Bispo de Viseu: A inconveniência que convém!

quarta-feira, maio 12, 2010


O Bispo de Viseu achou inconveniente a utilização da imagem de Ratzinger para promover a festa que se realizou ontem no “Factor C”. A inconveniência de que nos fala D. Ilídio Leandro é compreensível. Ainda ontem Ratzinger fez um apelo aos artistas: “Fazei coisas belas”. Bem, de facto não vejo qualquer beleza num poster que apresente as costas do Papa. Mas o incómodo do Bispo de Viseu tem outra natureza.

É que a Igreja vendeu os “direitos exclusivos da distribuição de produtos com a imagem do Papa Bento XVI na visita a Portugal” ao grupo Sojormedia, e não é certo que o grupo Noite Biba tenha pago as “royalties” aos detentores do Jornal “I” e do “nosso” Jornal do Centro...

A pirataria é coisa ruim. Resta saber quem são os piratas...

E nem disfarçam a coisa, usando e abusando dos media que detêm para publicitar os seus produtos oficiais “made in China”. Basta abrir o semanário viseense para escarrapacharmos logo com uma página inteira alusiva ao merchandising. Basta visitar o ionline para que o amarelo papal ofusque a vista. Basta anotar que foram 4 Bispos os primeiros directores convidados para as edições dos jornais regionais do grupo em 2010. Basta reparar que no Conselho Geral do Grupo Lena se senta o agiota ex-opus dei Teixeira Pinto. Basta lembrar o destino dado ao inconveniente jornal de fim-de-semana da Rádio NoAR e respectivos jornalistas.

Talvez isto seja conveniente para o Bispo de Viseu que vê amplificada a mensagem e os lucros, mas é de todo inconveniente para um jornalismo que se quer plural e independente. Já basta de beija-mãos aos políticos do costume.

Inconveniente é a República envolver-se em crendices e beatices religiosas. Inconveniente é a estatística que transforma todos os baptizados em católicos. Inconveniente é a falta de liberdade de expressão daqueles que se ofendem perante este ajoelhar da República ao obscurantismo religioso. Inconvenientes são os dinheiros públicos que financiam obras privadas de gosto duvidoso para celebrar milagres que roçam o obsceno pela sua autenticidade duvidosa.

Ao procurar no facebook a imagem do dito poster que tanto ofendeu sua eminência, constato que o mesmo se apresenta agora a negro. Talvez de luto pela falta de humor da igreja, talvez no medo de perder o seu quinhão no céu à falta do pagamento da indulgência. Ou então simplesmente porque os responsáveis caíram na real, até porque Olavo de Sousa afirmou ao Diário de Viseu que não sabia "se a figura do papa
era assim tão popular entre os mais jovens, que são os nossos clientes". Pois não! Sabendo o que se sabe hoje, gosta mais a igreja de jovens do que os jovens da igreja...

Se um suspiro de um bispo da província assusta um grupo como o Noite Biba, o que fará um rugido do Papa? Como tal, desarmar no anti-clericalismo está fora de questão. Que permaneçam no obscurantismo medieval é lá com eles. Não obriguem é a sociedade a segui-los para o abismo ignorante que sempre desejaram para a humanidade. Ontem, hoje e Amanhã!



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Ilha da Cova da Moura estreia Amanhã em Viseu!

quarta-feira, maio 12, 2010


Queixamo-nos demasiadas vezes de como somos preteridos na agenda cultura do país. Mas nem sempre é assim. Seja no teatro ou no cinema.

Amanhã, vindo directamente do IndieLisboa, estreia por cá o mais recente filme/documentário de Rui Simões: "Ilha da Cova da Moura" - um retrato do mal afamado bairro lisboeta em que se faz um paralelo com a realidade das ilhas de Cabo-Verde, país originário de grande parte desta população, e onde se explana a procura da dignidade através da cultura popular. A não perder, no Fórum Viseu (ou ainda no Dolce Vita Porto, Classic Alvalade e Allegro Alfragide).

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A Intolerância Católica na hora da morte...

terça-feira, maio 11, 2010

A igreja faz do verbo perdoar uma das suas maiores virtudes. Perdoam-se criminosos, hereges, pedófilos... Só não se perdoam COMUNISTAS, mesmo que estes sejam CATÓLICOS. Prova disso é a lamentável atitude do diácono responsável pelo acompanhamento do funeral de Cândida Silva em Faro, ao recusar-se seguir para o cemitério enquanto a bandeira do PCP repousasse em cima do caixão da falecida, que era baptizada, casada pela igreja e católica praticante. Mas nada disso lhe bastava para uma cerimónia digna porque a sua cor política talvez ofuscasse o azul dos céus e o vermelho estivesse reservado apenas para os sapatos do Papa...

A intolerância desta gente contrasta com a benevolência da República que se permite gastar/perder dezenas de milhões de euros numa abjecta tolerância de ponto. Para que uns quantos façam do beija-mão uma cerimónia do Estado e para que uns outros possam adorar as estátuas e as virgens que as pariram... A coincidência destes factos com a data a que ocorreram (24 de Abril) só pode remeter para a comédia com que o divino vem pintando os dias. Tantas saudades têm estes senhores da velha senhora... Hoje o Papa, mal chegado a Lisboa, brinda-nos com uma citação do saudoso Cardeal Cerejeira... Mesmo a propósito!
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