Sob a capa da solidariedade parece que tudo se pode, tudo se consegue. Existe a boa e a má moeda. Existe a boa e a má imprensa. O real não existe a não ser no abstracto. A realidade, essa coisa subjectiva, é formada e moldada em regime de quase monopólio pelos media que por sua vez são moldados e (de)formados pela economia de mercado, ou seja: LUCRO! E indissociável dessa palavra mágica, estão à cabeça as receitas publicitárias. Bem, aqui chegamos ao senso comum: “não se cospe nem no prato em que se come nem na mão que dá a comer”. Poderá parecer simplista, mas se quiserem teorizações mais complexas acerca deste modelo, comecem por googlar “Slavoj Žižek”, pensador com quem tive a felicidade de voltar a tropeçar na Web através do saudoso colega, amigo e camarada Coelho! Fica o agradecimento!
O grupo Lena construiu o Funicular. O grupo Lena detém o Jornal do Centro. O grupo Lena foi responsável pelo fim do noticiário mais independente da cidade (o da Rádio no Ar ao fim de semana). O grupo Lena convidou o presidente a ser ardina. Houvesse uma media-metragem na imprensa local, o resultado entre notícias positivas e negativas, relativamente às políticas da CMV, daria certamente um resultado que envergonharia até o... Diário de Notícias da Madeira! Claro que isto são tudo coincidências. Mas se um bater de asas de uma borboleta pode tanto, o que dirá a teoria do caos acerca do rugir de um velho e poderoso Dinossauro, Senhor das Beiras e Municípios em quem parece que ainda corre o sangue do mítico Viriato? Sócrates ofendeu-se com Moura Guedes, a Prisa decidiu a uma semana do arranque do Jornal Nacional que aquele formato não era adequado. Ruas ofendeu-se com o noticiário da Rádio no Ar (que cometeu o estúpido erro de dar voz à oposição na inauguração de uma obra dos “patrões”) e este desapareceu. Decisões do foro empresarial a que são alheios quaisquer interesses políticos ou cooperativos. Pois.
Contudo, se ardina significa jornaleiro, é também ao mesmo tempo sinónimo de bebedeira. E como o jornalismo anda embriagado de tanta subserviência ao poder. A memória do lápis azul desapareceu e bem mais perniciosa é a nova auto-censura das direcções, sedentas de publicidade, e das redacções, reféns do miserabilismo dos recibos verdes e da insegurança provocada pelo futuro incerto. Este é o pior fascismo. A censura que se esconde sob o manto da liberdade... (sobre isto, leiam este excelente artigo da Sandra Monteiro no Le Monde Diplomatique)
Depois o presidente convoca a imprensa para verem “in loco” o quão porcos são os feirantes. E ameaça: ou se acaba com o lixo, ou se acaba com a feira. Se calhar até foram beber primeiro um café, enquanto não viesse uma aberta na chuvada que caiu logo pela manhã. Melhor do que evitar uma “banhada”, foi terem evitado a fase piloto do projecto de construção da praia fluvial em que se transformou o recinto da feira e que tão bem documentado ficou na objectiva do Delfim e no blog do Bazookas. Aos senhores jornalistas, ficou reservada apenas a demonstração de que vergonhosa era apenas a actuação dos feirantes – lendo os artigos publicados, posso aferir que são todos pessoas geneticamente avessas à higiene do mundo perfeito do presidente.
Quanto ao terreno e instalações destinadas à feira semanal e que irá virar praia fluvial, nada, apenas lixo. Quanto ao terreno da feira semanal sem instalações nem condições, transformado em dias de chuva em autêntica Praia Fluvial, nem uma palavra, nem muito nem pouco lixo.
Economia de espaço? Limitação de caracteres?
Não.
Subserviência, sim. E muita!
Mas pior, só mesmo a lixeira da própria CMV no Bairro Municipal e que vos darei conta adiante!
O grupo Lena construiu o Funicular. O grupo Lena detém o Jornal do Centro. O grupo Lena foi responsável pelo fim do noticiário mais independente da cidade (o da Rádio no Ar ao fim de semana). O grupo Lena convidou o presidente a ser ardina. Houvesse uma media-metragem na imprensa local, o resultado entre notícias positivas e negativas, relativamente às políticas da CMV, daria certamente um resultado que envergonharia até o... Diário de Notícias da Madeira! Claro que isto são tudo coincidências. Mas se um bater de asas de uma borboleta pode tanto, o que dirá a teoria do caos acerca do rugir de um velho e poderoso Dinossauro, Senhor das Beiras e Municípios em quem parece que ainda corre o sangue do mítico Viriato? Sócrates ofendeu-se com Moura Guedes, a Prisa decidiu a uma semana do arranque do Jornal Nacional que aquele formato não era adequado. Ruas ofendeu-se com o noticiário da Rádio no Ar (que cometeu o estúpido erro de dar voz à oposição na inauguração de uma obra dos “patrões”) e este desapareceu. Decisões do foro empresarial a que são alheios quaisquer interesses políticos ou cooperativos. Pois.
Contudo, se ardina significa jornaleiro, é também ao mesmo tempo sinónimo de bebedeira. E como o jornalismo anda embriagado de tanta subserviência ao poder. A memória do lápis azul desapareceu e bem mais perniciosa é a nova auto-censura das direcções, sedentas de publicidade, e das redacções, reféns do miserabilismo dos recibos verdes e da insegurança provocada pelo futuro incerto. Este é o pior fascismo. A censura que se esconde sob o manto da liberdade... (sobre isto, leiam este excelente artigo da Sandra Monteiro no Le Monde Diplomatique)
Depois o presidente convoca a imprensa para verem “in loco” o quão porcos são os feirantes. E ameaça: ou se acaba com o lixo, ou se acaba com a feira. Se calhar até foram beber primeiro um café, enquanto não viesse uma aberta na chuvada que caiu logo pela manhã. Melhor do que evitar uma “banhada”, foi terem evitado a fase piloto do projecto de construção da praia fluvial em que se transformou o recinto da feira e que tão bem documentado ficou na objectiva do Delfim e no blog do Bazookas. Aos senhores jornalistas, ficou reservada apenas a demonstração de que vergonhosa era apenas a actuação dos feirantes – lendo os artigos publicados, posso aferir que são todos pessoas geneticamente avessas à higiene do mundo perfeito do presidente.
Quanto ao terreno e instalações destinadas à feira semanal e que irá virar praia fluvial, nada, apenas lixo. Quanto ao terreno da feira semanal sem instalações nem condições, transformado em dias de chuva em autêntica Praia Fluvial, nem uma palavra, nem muito nem pouco lixo.
Economia de espaço? Limitação de caracteres?
Não.
Subserviência, sim. E muita!
Mas pior, só mesmo a lixeira da própria CMV no Bairro Municipal e que vos darei conta adiante!
10 de janeiro de 2010 às 17:55
tás a ser mauzinho. o Centro até foi mais ou menos independente nas últimas autárquicas.
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