Viseu Esquerda

O Labirinto de Alexandre Azevedo Pinto no abandono a Fernando Nobre!

Alexandre Azevedo Pinto ameaça tornar-se mais conhecido pelos movimentos que cria ou adere para logo depois abandonar, do que por outra coisa qualquer. Fundador do Bloco de Esquerda, cedo abandonou o partido por divergências. Apoiante destacado do MIC de Manuel Alegre, estatelou-se ao cumprido após o fracasso da Nova Esquerda, desertando inclusive para a recente candidatura cidadã de Fernando Nobre, da qual também... já se afastou!

O economista sustentava o seu apoio no Médico da AMI na afirmação de que "são necessários instrumentos de democracia participativa, mais voz aos cidadãos livres dos partidos e essa foi a grande falha de Alegre". Outra falha, que aqui não foi referida, foi o total desacordo de Manuel Alegre perante a sua proposta de formação de um... novo partido, a Nova Esquerda.
Não percebi, confesso. Se actualmente Azevedo Pinto se considera um cidadão livre por não pertencer a qualquer partido, o que aconteceria porventura à voz do cidadão Azevedo Pinto se a Nova Esquerda tivesse ido avante enquanto... partido político? Continuaria livre? A liberdade de expressão entre militantes só existe nos partidos e movimentos aos quais pertencemos? Ou a cada indivíduo um partido, já que pensamos todos obviamente pela nossa cabeça?

Se pertencemos a um determinado partido/movimento é porque partilhamos um conjunto de valores fundamentais que não podem ser amesquinhados ou depreciados à mínima divergência pessoal. Enquanto pessoas singulares, cada um de nós tem uma ideia própria sobre determinado assunto. Agora supor que a nossa visão é invariavelmente a que deverá prevalecer é um conceito altivo sobre a política, que se faz mormente da comunhão e conjugação de vontades. Porque grande parte das vezes, é muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa. A união à esquerda separa-nos da direita, a união num partido como o BE separa-nos do PCP, a união à volta de uma determinada moção separa-nos de outras. Não podemos é, estando unidos, estar sempre separados, como de resto já é apanágio da esquerda. Nem tão pouco ir beber da escola conservadora do CDS que se “vende” por dois ou três ministérios. Porque a união só é bonita se não for uma espécie de “União Nacional”...

Mas também é evidente que recebo com agrado esta notícia. Vale mais tarde que nunca. Enquanto cidadão que eleva o altruísmo a um patamar inegavelmente alto, tenho todo o apreço por Fernando Nobre. Mas jamais a Esquerda Republicana poderá apoiar um candidato assumidamente Monárquico. Jamais a Esquerda Republicana poderá apoiar quem tem na sua génese uma concepção de que há direitos que apenas emanam do nascimento e do sangue, neste caso azul. Jamais a Esquerda Republicana poderá optar por um Rei em vez de um Presidente Eleito.

Muitas vezes os caminhos são trilhados com avanços e recuos, mas quando se recua mais do que se avança, não se chega a lado nenhum.
5 comentários:

Gostava que me explicasse esta frase:

...há direitos que apenas emanam do nascimento e do sangue, neste caso azul.


explico sim senhor:
a monarquia como sabe baseia-se no direito hereditário ao trono, ou seja, é um direito que deriva do nascimento ou das ligações de sangue e não no mérito ou soberania popular.
até poderia usar em vez de direito, palavras como mordomias ou privilégios concedidos apenas aos que têm nas suas veias sangue real, não vão os plebeus contaminar a "raça"...
quanto à cor do sangue, azul, penso que é uma expressão que tem origem no facto das veias destes senhores e senhoras se notarem bastante nas peles brancas de quem nunca trabalhou e de quem mesmo em passeio se servia de um escravo ou servo para segurar a sombrinha...
cps


Bom dia,

Conheço o personagem de vista, a alguns anos, mas não vejo ali nenhum fio condutor de qualquer tipo de pensamento... pode ser que esteja enganado, mas duvido seriamente.

AnónimoBastanteConhecido.


devaneios do ego...

pode ser que encontre o caminho certo.
como disse, mais vale tarde do que nunca.

por mais que não me identifique com o Alegre a 100%, é a única solução viável para estas eleições.


Subscrevo quase inteiramente a análise que foi feita.
Este "ziguezaguear" constante da pessoa em causa pode realmente, à primeira vista, indiciar uma total incoerência entre o seu discurso, as ideias que em cada momento parece defender veementemente, e o percurso que vai trilhando.
Relembro que o caminho por ele percorrido é transversal a todo o espectro político português com passagem (embora fugaz) pela estrema direita, uma longa estadia no PSD (altura em que se afirmava católico conservador), mais tarde pelo Bloco de Esquerda (período em que começou a ter mais protagonismo político), e mais recentemente pelo Movimento Nova Cidadania (em que foi figura de topo na campanha de Manuel Alegre) e agora, (4 anos depois), é figura de topo na campanha de António Nobre que se candidata à presidência da República tendo como adversário Manuel Alegre.
Para que a sua omnipresença se complete falta-lhe apenas fazer uma incursão pelo Partido Comunista Português e pelo Partido Popular Monárquico.
Tudo isto, numa análise mais descuidada, parece perfeitamente inconsequente, leviano, arbitrário e um vaguear errático ao sabor de simpatias e desentendimentos pessoais.
No entanto, do meu ponto de vista, há um fio condutor em toda esta aparente salsada.
Há um objectivo que parece nortear todo o seu, aparentemente, errático percurso – protagonismo e visibilidade.
É, assim, no meu entender, um verdadeiro político, perfeitamente enquadrado neste tempo em que vivemos e neste contexto sociológico em que o imediatismo, o populismo e o materialismo se sobrepõem aos princípios ideológicos.
E a verdade é que funciona pois “o povo”, assaltado continuamente e em toda a parte até ao entorpecido por tanta solicitação, propaganda, informação e desinformação tem, infelizmente, mas compreensivelmente, memória curta.


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