Fontelo/2 de Agosto - BE apresenta António Minhoto, candidato à AR por Viseu
Com a Presença de Francisco Louçã, será apresentada este Domingo às 16h no Fontelo (em frente às piscinas municipais)o Cabeça de Lista à Assembleia da República por Viseu, António Minhoto.
"Estamos a viver uma crise sem precedentes, consequências dos erros políticos cometidos pelos partidos que têm governado o país. Não é possível continuar a assobiar para o lado. É urgente uma política que responda às necessidades das pessoas, e isso passa por uma esquerda socialista de confiança.Contamos com tod@s nesta alternativa! " in BE-Viseu
Retrato de António Minhoto:
Às sete da manhã, uma hora mais tarde na época baixa, o dia está a começar para António Minhoto. Em poucos minutos percorre de carro os escassos quilómetros que separam a sua casa, à saída de Nelas, do Quiosque Sombrinha, um café-pastelaria nas termas de Caldas da Felgueira.
O caminho é sempre a descer até à margem da ribeira do Pantanha, a um pulo do Mondego, muitas vezes mergulhada em espesso nevoeiro. Mas isso pouco lhe importa, pois Minhoto não é homem para se preocupar com detalhes. São muitas as horas do seu dia de trabalho, preenchidas a atender clientes e a gerir o negócio, que explora desde 1990 com a mulher. "Foi a única saída que encontrei depois de ter sido obrigado a aceitar o despedimento da Empresa Nacional de Urânio [ENU] em 1989. É o meu ganha-pão para sustentar a família com menos dificuldades", explica.
Nada do que ficou dito o distingue especialmente de tantos outros pequenos empresários. Mas António Minhoto, de 56 anos, nascido em Nelas, casado e pai de duas filhas já adultas, é um empresário diferente. Começou a trabalhar muito cedo, foi a maior parte da vida um "trabalhador indiferenciado" - a expressão é sua - e é hoje um homem bem-sucedido com uma actividade absorvente.
No entanto, isso não o faz esquecer a situação dos antigos companheiros de trabalho na mineração. Ele tem sido o rosto mais visível de uma luta que travam há vários anos para ver reconhecidos direitos que consideram legítimos e um acompanhamento médico permanente - esta reivindicação já foi atendida pelo Ministério da Saúde -, a par da exigência de recuperação ambiental de todas as minas abandonadas quando a exploração de urânio terminou em Portugal.
Um homem de causas
O último episódio deste processo, a que António Minhoto se tem dedicado incansavelmente, decorre hoje em Nisa, onde a Comissão de ex-Trabalhadores da ENU promove uma tribuna cívica para "julgar" as consequências da exploração de urânio em Portugal.
A intervenção cívica ocupa um lugar relevante no currículo de António Minhoto, que se define como "um homem de causas". Fez parte da Comissão de Trabalhadores da ENU e foi delegado sindical, integrou a comissão de segurança da empresa e foi presidente da respectiva casa de pessoal. Envolveu-se na causa pela criação do concelho de Canas de Senhorim e esteve ao lado dos que se opuseram ao encerramento do Centro de Saúde de Nelas. Depois do 25 de Abril, militou na UDP e no Bloco de Esquerda. Hoje diz-se partidariamente descomprometido.
Já depois do encerramento da ENU, cria em 2002 a associação Ambiente em Zonas Uraníferas. A partir dessa data a intervenção do antigo trabalhador do urânio torna-se mais sistemática e persistente, trazendo para as páginas dos jornais e ecrãs das televisões a realidade complexa, e por vezes dramática, dos ex-camaradas.
A combatividade de que Minhoto dá provas na intervenção cívica manifestou-se muito cedo na sua vida. Filho de uma numerosa família - oito irmãos - de trabalhadores rurais muito pobres, teve de começar aos 12 anos a ajudar os seus. "O meu primeiro emprego foi numa empresa vinícola de Nelas. Ganhava 35 escudos por mês [cerca de 18 cêntimos de euro] a acartar madeira às costas. Os meus problemas de coluna começaram aí", recorda.
"Como uma facada"
António Minhoto foi ganhar mais dez escudos noutra empresa de vinhos, mas continuou a engraxar sapatos junto à Pensão Mangas, em Nelas. Em 1971 trocou tudo isso pelas Minas da Panasqueira. Resistiu um ano a viver em camarata e mudou de cenário - deste vez a Linha do Oeste, onde participou nos trabalhos de limpeza de via.
Aos 20 anos vem a tropa e o conhecimento dos que contribuíram para a sua politização. Só o pedido insistente da mãe o impediu de desertar, acabando com a especialidade de motorista em Luanda, onde assiste à queda do regime salazarista-caetanista em 1974. Entra para os quadros da ENU em 1976, onde faz de tudo nos 13 anos seguintes.
A saída da empresa foi difícil. "Nos primeiros anos nem conseguia vir aqui", diz com um gesto largo para designar o local de trabalho na Urgeiriça, a casa no bairro operário onde viveu nove anos, a antiga cantina, a casa do pessoal. "Chocava-me ver as coisas degradarem-se, era como uma facada. Agora já estou vacinado".
O seu percurso não deixa ninguém indiferente. Os que não partilham as suas ideias reconhecem-lhe as qualidades de "lutador". É essa a opinião de Luís Ribeiro, membro da Comissão Concelhia de Nelas do PSD.
Adelino Borges, presidente da concelhia socialista, reconhece ter "alguma admiração e amizade" por ele: "A sua qualidade mais positiva é o espírito de militância e a forma como defende as suas opiniões." Francisco Paula, administrador de uma cadeia local de supermercados, conhece Minhoto há 30 anos: "Admiro a sua persistência e a capacidade de mobilização dos colegas e dos media."
Os que lhe estão próximos não poupam elogios. Joaquim Silva, administrador de uma empresa comercial, andou com Minhoto na escola: "Fez um grande trabalho no concelho e se o pessoal da Urgeiriça tem alguma coisa é porque ele trabalhou para isso." João Marques, segundo-comandante dos bombeiros de Canas de Senhorim e antigo trabalhador da ENU, recorda um episódio elucidativo da sua coragem e capacidade de liderança: "Alguém tentou furar uma greve e o Minhoto desligou a máquina. Foi punido com 15 dias de suspensão e muitos trabalhadores quotizaram-se para lhe pagar os dias de salário." Texto de Carlos Pessoa, Público, 19-10-2009
Blogues
Marcadores
- ACERT (1)
- Activismo (1)
- Afonso Henriques (2)
- Ajuste Directo (3)
- Alberto João Jardim (3)
- Animais (2)
- ANMP (2)
- Anti-Capitaista (2)
- António Minhoto (6)
- AR (16)
- Arte (7)
- Assembleia Municipal (3)
- Ateísmo (4)
- Autárquicas2009 (57)
- Autoridade do trabalho (3)
- Bairro Municipal (8)
- BCP (2)
- Bloco de Esquerda (73)
- blogs (6)
- Capitalismo (10)
- Casamento Gay (4)
- Cavaco Silva (9)
- CDS (19)
- CDU (1)
- Cinema (12)
- CMV (32)
- Consumismo (2)
- Corrupção (5)
- Cultura (29)
- Declaração dos Direitos Universais do Homem (4)
- Desemprego (2)
- Desporto (6)
- Diário de Viseu (7)
- direita (4)
- Durão Barroso (2)
- Ecologia (5)
- Economia (7)
- Ensino (3)
- Estudantes (6)
- EUA (5)
- Expovis (3)
- Fachada (9)
- Feira de São Mateus (7)
- Feira Semanal (3)
- Fernando Ruas (65)
- Fontelo (3)
- Francisco Louçã (15)
- Funicular (6)
- Humor (27)
- Igreja (16)
- Imprensa Local (7)
- IPV (6)
- Isaltino (2)
- Jornal do Centro (6)
- José Afonso (3)
- José Junqueiro (3)
- José Sócrates (14)
- Justiça (6)
- Kumpania Algazarra (6)
- Legislativas (33)
- Liberdade Expressão (5)
- Madeira (2)
- Manuel Alegre (3)
- Manuela Ferreira Leite (13)
- Maria da Graça Pinto (3)
- Media (24)
- Miguel Ginestal (3)
- Monarquia (2)
- Mundo (3)
- Museu do Quartzo (2)
- Musica (16)
- Música (18)
- Notícias Viseu (1)
- Parque Aquilino Ribeiro (3)
- Parque Radical (2)
- Paulo Portas (13)
- PCP (7)
- PEV (1)
- PND (1)
- Pobreza (7)
- Política (131)
- Precários Inflevíveis (4)
- Proposta (5)
- PS (36)
- PSD (68)
- PSR (1)
- Publicidade (1)
- Punk (9)
- Religião (25)
- República (11)
- Rio Pavia (5)
- São Pedro do Sul (5)
- Saramago (3)
- Sociedade (35)
- Solidariedade (6)
- TGV (2)
- Tondela (2)
- UE (5)
- Video (25)
- Viseu (122)
- Viseu Esquerda (4)
1 de agosto de 2009 às 00:29
Não é fácil colocar comentários. O amigo "Bazookas" também já notou.
Tem "arranjo"?
Bom fim-de-semana
AJ
1 de agosto de 2009 às 15:12
Pelo menos Minhoto é um verdadeiro defensor da sua comunidade e das suas gentes que sempre deu o corpo ao manifesto em defesa da justiça e solidariedade, nunca retirando proveito próprio nisso, ao contrário de alguns candidatos mais mediáticos por aí pululam.
1 de agosto de 2009 às 16:15
Aj@, obrigado pelo alerta, postei ainda há pouco no gamvis acerca desses problema. ficou resolvido, penso eu, com a retirada da validação de conta através da palavra de verificação.
continuação de um bom trabalho!
Enviar um comentário
Não serão aceites comentários em linguagem beirã*! Para isso visite www.fernandoruas2009.pt! (*insultuosa, mentecapta)