Depois de ter considerado escandaloso o aumento do Salário mínimo Nacional para 450€, imagine-se, Manuela Ferreira Leite decidiu definitivamente fazer parte do anedotário nacional e saiu agora em defesa dos ricos, afirmando: "há apenas um sentimento que tenho e que é: tenho pena de não o ser.” Isto tem um nome: inveja. Depois diz: ” Fora isso, o país só progride e todos só têm vantagem que existam ricos". Bem, podia ter seguido os passos dos amigos sociais-democratas como Oliveira e Costa, Dias Loureiro e outros novos-ricos, produtos do cavaquismo, que enriqueceram desmesuradamente durante e após a saída dos governos aos quais pertenciam através de negócios no mínimo duvidosos e claramente ruinosos para as entidades a que pertenciam e para os contribuintes que pagam agora a factura.

Esqueceu-se de referir foi que para existirem meia dúzia de ricos terão que haver necessariamente milhões de pobres. E isso dito em Portugal, um país com 2 milhões de pobres e outros 2 milhões em risco de o serem, para além de escandaloso é vergonhoso e de uma insensibilidade atroz perante quem se vê diariamente confrontado com as agruras do baixo poder de compra que muitas vezes nem chega para suprimir as necessidades mais básicas. MFL tem pena de não ser rica, mas não tem pena dos pobres... É este o novo humanismo social-democrata?

E enquanto no mundo se caminha para uma maior regulamentação dos mercados, até porque ficou provado por A+B que foi exactamente a desregulamentação neo-liberal que nos trouxe até este ponto, MFL defende o oposto: menos estado na economia... e mais iates no mar, porque “não lhes tirava (aos ricos) o dinheiro antes de comprarem o iate”.

Mas para MFL os ricos são o motor da economia. E não é por estes aplicarem a sua fortuna no incremento de produtividade, mas sim porque “é bom que dêem muitas festas, que façam muitas coisas, porque isso dá muitos postos de trabalho a muitas pessoas”. Eis o grande modelo económico de MFL! Percebe-se porque é que tem andado tão caladinha...

E aos esfomedos da crise só faltava dizer-lhes: “Não têm pão, comam bolos!”