Fernando Sebastião (presidente do IPV) não teve com meias medidas e atacou o mal pela raíz: acabou com as praxes dentro do Instituto Politécnico de Viseu e cortou as asas aos morcegos, quais vampiros, sedentos do "sangue fresco das manadas" de caloirada, já dizia o zeca!
Mas a medida para mim até foi ao contrário: as praxes a serem proibidas deveriam sê-lo no espaço público por constituírem por vezes crimes de humilhação, difamação, vexame, violência física e mental, degradação... Não é pelas mulheres abdicarem de apresentar queixa contra maus tratos que tal deixa de constituir um crime público, tal como o é por exemplo o nudismo, o pernoitar no carro ou o consumo de cannabis por exemplo. E o espectáculo oferecido por estes "doutores" é bem mais pernicioso do que muitos dos supostos crimes...
Ridículo foi ver os caloiros na latada urrarem frases do tipo "exigimos ser praxados"! Já nada move os estudantes na luta contra a perda direitos constitucionais como a progressiva gratuitidade do ensino público, já nem as propinas exorbitantes são cavalo de batalha destes jovens cada vez mais acomodados. Agora acabarem com a humilhação das praxes, isso é que não. Aluguem uns autocarros e vão todos para Lisboa pedir ao ministro que acabe com tamanha injustiça... Será que as sociedades estão a padecer dos mesmos males da economia e se caracterizam também por ciclos, sendo este um tempo de regressão civilizacional?
Bem, se querem continuar a ser humilhados sempre têm uma boa solução: façam um erasmus no Afganistão, certamente lá haverá imaginação suficiente para responder às vossa preces!
22 de novembro de 2009 às 20:47
Ninguém nos cortou nem há-de cortar as asas, os caloiros não urram, isso sim é humilhação...
Ninguém é praxado contra a vontade, e pela afluência que houve na latada acho que quase todos estão a favor das praxes, que não gosta não vai!
Para mover os estudantes nos outros assuntos em questão não são os responsáveis pela tradição académica que têm que fazer a mobilização dos estudantes, mas sim as associações, não misturem as coisas e...
...comentem e critiquem sobre aquilo que sabem!
23 de novembro de 2009 às 17:54
"...comentem e critiquem sobre aquilo que sabem!"
Gonçalo, isso é ridículo e fascizante. Ex-alunos não podem criticar? Não podem opinar? Não conhecem?
Quando acabares o curso é isso que tens como atitude para ti? Calar?
Isso ainda está pior do que aquilo que pensava, por favor.
A tradição académica sempre simpatizou com o antigo regime, e já estou a ver porquê...
24 de novembro de 2009 às 19:55
vê-se mesmo k tua vida academica resumiu-se a acabar o curso e mais nada. eu sou aluno da escola superior agraria de viseu e tou no ultimo ano e gostei tanto das praxes k no primeiro dia deste ano fiz de caloiro infiltrado. logo pra mim a praxe nao e humilhação mas sim uma maneira de conhecer novas pessoas...
10 de janeiro de 2010 às 13:03
"A tradição académica sempre simpatizou com o antigo regime, e já estou a ver porquê..."
Luto académico em Coimbra deve ser a maior prova disso, não?
10 de janeiro de 2010 às 14:25
Caro, a tradição académica foi recuperada apenas no arrefecimento da revolução, em meados de oitenta. Até lá estava quase banida do ensino superior.
http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=96&doc=8203&mid=2
A recuperação da tradição, movida por grupos de direita saudosistas, só levou à bestialização das práticas, à hierarquização absurda dos estudantes e à humilhação diária de caloiros!
O poder corrompe. Agora este poder derivado de um fato de morcego não só é ridículo como é também uma afronta ao século em que vivemos. Já há 10 anos caso não tenhas reparado. Daí deriva a normalidade do vexame a que são sujeitos os indivíduos em concursos como o ídolos e afins...
Luto académico? Neste milénio, quantas foram as lutas dos estudantes? Nem as propinas se contestam a sério apesar do valor imoral num país com uma constituição que afirma a "progressiva gratuitidade do ensino"!
Pergunta aos teus camaradas então e percebe que 99% deles não faz ideia do que seja e muitos responderão que se deveu à recente morte da Joana...
Bestialização leva a mais bestialização!
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