A Câmara Municipal de Viseu já admitiu que foram cometidos alguns erros de projecto na remodelação do Mercado 2 de Maio e já anunciou que este irá ser intervencionado para colmatar as falhas que tornaram este espaço emblemático da cidade numa coisa que ninguém sabe ainda bem o que é.
Eu acho que foi sobretudo uma oportunidade perdida no que toca à possibilidade de construção de um anfiteatro a céu aberto no centro da cidade que permitisse que os espectáculos programados anualmente para aquele espaço decorressem nas melhores condições acústicas e que os espectadores vissem e ouvissem na perfeição os artistas que ali actuam. O palco concebido para o efeito no projecto de Siza Vieira é manifestamente insuficiente para o efeito, porque tem uma altura mínima e não se previu nada para acomodar os espectadores que assim se têm de contentar com umas quantas cadeiras de esplanada colocadas todas ao mesmo nível e que dificultam imenso uma boa visibilidade sobre o espectáculo.
Os anfiteatros confundem-se há milénios com a própria cultura e são de facto a construção mais óbvia para a apresentação de peças teatrais, concertos de música, declamação de poesia, actividades circenses e as demais utilizações que se possam imaginar ao ar livre.
E isto não é nada de novo, havia-os na Grécia Antiga ou por todo o Império Romano, e continua a havê-los, aqui perto em Vouzela por exemplo, que é aliás um sítio bastante aprazível ou no distante Mogadouro, como se pode verificar na foto anexa.
Mas a moda dos pavilhões multiusos que de tantos usos acabam por não servir para quase nada é mais forte, sendo que não percebo esta necessidade de criar novos centros para a cidade se nem o centro que por estar na zona histórica o é por excelência acaba por ser aproveitado ou potencializado.
Se calhar agora é tarde demais para o fazer, mas se a CMV gastou 2 milhões de euros no Parque de Santiago para acolher a feira semanal e veio agora anunciar que afinal continuará tudo na mesma, não se poderia pensar nesta possibilidade, que se fosse avante até fomentaria só por si a formação de mais companhias de teatro ou bandas de música, através da recuperação do espírito inicial do Viseu Naturalmente que era verdadeiramente uma montra do que de melhor se fazia a nível musical na cidade?
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