Ontem na RTP, cavaqueira animada entre os directores do Público, DN, Expresso e TSF :
Ficámos a saber que José Manuel Fernandes tem outro valor absoluto para além da "inegável evidência da existência de ADM no Iraque" que é a não revelação de conversas e intrigas de redacções jornalísticas. Mesmo essa informação impedisse o fim do mundo... Quanto à "fabricação" da notícia nem uma palavra.
Que Henrique Monteiro não confia em fontes políticas porque se movem por uma agenda, logo não publicou a notícia. Óbvia discriminação. Qual a fonte que não se move por um qualquer interesse? Depois disse que não queria influenciar a campanha. Disse, não. Gritou, todo o programa. Mas como aquilo não era um programa para aferir quem berra mais alto, pouco ou nada valeu. Porque de facto influenciou ao silenciar uma suspeita que abala as fundações quer do jornalismo quer das relações entre os 2 principais órgãos de soberania, influenciou ao publicar aquela encomenda sobre o PPR de Louçã que afinal não o era... sem sequer ouvir os visados. Lamentável. Depois ouvir Henrique Monteiro a berrar durante uma hora aos colegas de profissão como se fosse detentor de toda a ética e deontologia é no mínimo ridículo. E as desconsiderações que fez a Marcelino a propósito da sua passagem pelo jornalismo desportivo são de uma arrogância atroz para com um colega. E vindo de um director de jornal que de referência só tem o passado de luta contra o fascismo só agrava as coisas. Não tem moral para o fazer, ponto.
Marcelino, apoiado por Baldaia, lá se defendeu: a relevância do email e do seu conteúdo é por si só motivo para publicar conversas privadas, independentemente das fontes. Eu também sou dessa opinião. Se aquilo não é relevante, então o que será? As eleições já estavam influenciadas por JMF e as falsas escutas que alimentaram a "asfixia"... mas sobre isso JMF nada disse.
Para JMF resta a pergunta: a presidência suspeita de escutas e o melhor lugar para denunciar a coisa são os media? Não acha estranha esta actuação do Comandante das Forças Armadas? Fazer queixinhas a JMF em vez de agir? Então mas afinal quem é o titular do primeiro órgão de soberania? O Belmiro????? Por favor...
Muito ficou por discutir. Mas foi engraçado ver a aflição daqueles que queriam um jornalismo sem qualquer escrutínio, um poder livre de qualquer averiguação. O 4º poder nem sequer é democraticamente legitimado para se arrogar a esse direito, sobretudo quando as encomendas são infelizmente o prato do dia, as agendas ocultas uma realidade e a concentração hipoteca rapidamente qualquer réstia de independência. Os podres da comunicação social são para esmiuçar como qualquer outro podre, até porque a generalidade da população toma por verdade tudo o que sai da caixinha mágica ou das gordas dos jornais e não se dá conta das lutas entre agências, partidos e grupos pelo controlo da "verdade", qual pravda...
Ao jornalismo que se auto-intitula de referência não basta sê-lo, também é preciso parece-lo. E Portugal com este caso ficou órfão de jornais de referência, se é que já não o era...
Ao Presidente da República não basta um discurso que de tão esclarecedor serve a todos e não serve a ninguém.
De resto ficámos a saber o mesmo.
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